Tubarão – A rizicultura catarinense deve sofrer uma reviravolta em breve. Desta vez, o foco é o produto importado. Mesmo com auto-suficiência, o país continua a permitir o ingresso de arroz do exterior, especialmente do Uruguai e da Argentina. O problema é que os produtos não são submetidos a nenhuma espécie de inspeção quanto aos agrotóxicos utilizados nas plantações.
Preocupado com a possibilidades destes insumos agrícolas afetarem a saúde pública, o deputado Joares Ponticelli (PP) apresentou um projeto de lei na Assembléia Legislativa que prevê a análise de resíduos químicos ou de princípios ativos usados no arroz importado comercializado ou estocado em Santa Catarina. A medida já tem o apoio de outros parlamentares e também dos produtores do estado.
“Os produtores têm lutado para que se permita a importação de insumos, bem mais baratos no exterior do que no Brasil, sem êxito. A legislação sobre o uso de defensivos no Brasil é uma das mais rigorosas do mundo, e é uma incoerência aceitar que entrem no país produtos nos quais são usados agrotóxicos que podem ser prejudiciais à saúde%u201D, enfatiza o presidente da Cooperativa Agropecuária de Tubarão (Coopagro), Dionísio Bressan Lemos.
A grande aposta para a aprovação do projeto na Assembléia é o fato da lei já estar em vigor no Rio Grande do Sul. %u201CIsso fortalece a minha proposta, que já teve inclusive o sinal positivo de alguém do governo. A Argentina e o Uruguai, os principais importadores de arroz para o estado, permitem o uso de mais de 50 pesticidas não utilizados no Brasil porque fazem mal à saúde%u201D, argumenta o deputado progressista. %u201CEssa lei vai beneficiar diretamente os consumidores, já que se trata de uma questão de saúde pública, e contemplar indiretamente os produtores, que enfrentam a concorrência desleal com os produtos importados%u201D.
O projeto deve ser discutido pela Comissão de Justiça da Assembléia na próxima terça-feira, e posteriormente nas comissões de Finanças, de Agricultura e de Saúde. %u201CVamos fazer uma mobilização para que a aprovação ocorra até o fim do mês%u201D, adianta Ponticelli.
Fonte: Jornal Notisul – Link