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Certa vez, Rudolph Giuliani passeava de carro por Nova Iorque quando parou no sinal de trânsito e foi abordado por um flanelinha. Prontamente, estacionou o veículo, pegou todo o material que o flanelinha tinha e colocou em seu carro com o intuito de jogar tudo no lixo. "Você não vai fazer isso", disse Giuliani. "Não aqui, na minha cidade."

A história – apesar de não ter sua procedência comprovada – é contada para ilustrar a postura do ex-prefeito de Nova Iorque diante de um programa de diminuição da criminalidade implantado a partir de seu primeiro mandato. Suas idéias e procedimentos de governo foram apresentadas ao público na noite de terça-feira, em Florianópolis, no encerramento do VII Congresso Catarinense de Municípios, evento realizado pela FECAM em parceria com o grupo RBS. A vinda do ex-prefeito foi uma ação conjunta entre FECAM, ADVB e governo do Estado de Santa Catarina.

Liderança e gestão

"Rudolph Giuliani é um líder", disse o governador do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, ao apresentar o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, no início da conferência "Gestão Turismo e Segurança".

Giuliani começou falando sobre sua carreira e as posições atingidas durante sua vida profissional que o tornaram um prefeito. Contou que foi promotor e estava por dentro da vida política da cidade. "Eu conhecia o que havia de errado em Nova Iorque", disse. Seguiu explicando sobre os esforços realizados por ele enquanto prefeito para tirar a imagem de cidade perigosa. "Quando eu me elegi prefeito a criminalidade estava fora de controle. Nova Iorque sempre foi a mais perigosa dos EUA, com uma média de 10 crimes sérios por semana. Durante trinta anos isso deteriorou a base econômica da cidade, e os negócio foram embora."

Uma das medidas que o fizeram ser eleito era justamente a situação de violência e perigo na qual se encontrava Nova Iorque. "Processei as pessoas que estavam em cargos importantes mas que eram corruptos. Eu estava na melhor posição para saber o que havia de errado. Achei que por causa disso eu seria um bom prefeito.Eu percebi que tinha que reduzir a criminalidade e o ponto forte é que eu sabia como fazer isso. Eu não tinha confiança que poderia reduzir tanto problema mas sabia que poderia reduzir esse problema especialmente."

A teoria usada como base do governo de Giuliani veio de Harvard, e ele a simplificou como "teoria para as pequenas coisas". "Suponhamos que você tenha uma casa, com janelas, e alguém quebra uma janela. Seria muito fácil dizer ‘foi só uma janela". Mas outras janelas continuam sendo quebradas, e com a última janela quebrada, a casa cai. E como não arrumamos a primeira janela não seguramos a casa. Isso aconteceu nos Estado Unidos."

Uma das pequenas coisas a que se referia o ex-prefeito foi a situação dos limpadores de vidro. "De repente, aqueles que estavam limpando pára-brisa não queriam só ganhar dinheiro, mas agredir as pessoas, os motoristas. Nós nos concentramos na idéia de que precisávamos ajustar aquela situação e a condição daquelas pessoas. Multávamos quem andava no meio da rua e os identificávamos. Fazendo isso, tornamos a comunidade mais segura."

Situação brasileira

Para Giuliani, o Brasil tem uma grande economia que está sendo reconhecida. "Vocês aqui têm grandes responsabilidades e grandes problemas", afirmou. Comentou também sobre a Copa do Mundo e as Olimpíadas. "Vocês serão anfitriões da Copa do Mundo, isso é maravilhoso, em alguns países serviu para modernizar e colocá-los na linha de frente. Mas hoje, quando você serve de sede para a Copa, todos os paises do mundo vêm para o país de vocês.

Desde o início da conferência, Giuliani repetiu que tinha o intuito de passa aos participantes as coisas que serviram para o trabalho dele. "Quero compartilhar aquilo que se aplica mais, independente de ser Nova Iorque, Florianópolis ou Rio de Janeiro", e continuou, "não há região do mundo onde não há criminalidade, que acontece devido à raça humana e também a condições sociais. Vocês [brasileiros] têm oportunidade, a situação não está fora de controle."

Programa de diminuição da criminalidade

"Meu programa foi erroneamente chamado de tolerância zero, porque é impossivel eliminar toda a criminalidade", observou Giuliani. Para o ex-prefeito de Nova Iorque, é preciso se ter uma estratégia e ser guiado pelas estatísticas sobre o retorno gerado por determinada decisão. Mas, salienta, o sistema só funciona se toda a sociedade participa.

Para Giuliani, outros órgãos, além da polícia, devem ser envolvidos no combate ao crime e à situação degrandante de vida. "Deve-se envolver a área da saúde, da educação, seja lá qual for o setor que precisa ser envolvido, tem que gerar mais trabalho paras pessoas. Porque isso tornará as mudanças permanentes", finalizou.


ASCOM/FECAM