Seminário faz diagnóstico da produção agroecológica e projeta futuro do setor
A dificuldade dos produtores orgânicos das Encostadas da Serra Geral em atender aos pedidos somente da Grande Florianópolis já dá idéia da expectativa que eles e as entidades envolvidas no processo de produção de alimentos orgânicos têm do mercado para o futuro próximo. Esta expectativa foi demonstrada durante o primeiro Seminário Municipal de Agroecologia de Santa Rosa de Lima, que aconteceu na sexta-feira (26) durante o do dia inteiro, no município. O próprio prefeito Celso Heidemann já na abertura demonstrou o que pensa sobre o momento da produção orgânica da região. "Nossa região vive um período de expansão, que requer debate entre Santa Rosa de Lima e os demais municípios para que possamos promover nosso crescimento de maneira planejada", disse o prefeito.
O evento reuniu produtores rurais, estudantes, professores, especialistas em agroecologia e representantes de entidades que têm algum tipo de envolvimento com o setor de produção de orgânicos, como o professo Wilson Schmidt, o Feijão, diretor do Centro de Formação e Desenvolvimento Sustentável das Encostas da Serra Geral. Foi dele a primeira palestra do dia, quando fez um diagnóstico do setor, desde o início do projeto, em 96, com a criação da Agreco (associação dos Agricultores Agroecológicos das Encostas da Serra geral) até a atualidade. "Destaco três grandes momentos que marcaram nossa trajetória. A criação da Agreco, em 96, a certificação dos produtos, que começou em 2003, e a conquista do titulo de Capital catarinense de Agroecologia, em 2007", resumiu Feijão. Ele também relatou outros acontecimentos importantes dentro deste período, que demonstraram as dificuldades e as barreiras que tiveram que ser transpostas para chegar ao estágio em que se encontra o setor.
O superintendente da Conab de Santa Catarina Vilmar Dutra foi outro palestrante convidado. Vilmar falou sobre alguns programas federais que demonstram a preocupação do governo atual com a agricultura familiar, a manutenção das pessoas no meio rural, o emprego e a renda. Entre eles, destacou o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, que nasceu em 2003 e até o ano passado já havia recebido quase R$ 630 milhões em recursos para a compra de alimentos com doação simultânea ou compra direta da agricultura familiar. "O presidente Lula já havia previsto para o orçamento do ano que vem R$ 1 bilhão para o PAA, mas presidenta eleita Dilma Roussef garantiu que vai investir R$ 2 bilhões em 20011. Então, isso é mais uma garantia de que agricultura familiar, por conseqüência, a agroecologia estarão contempladas mais uma vez".
Representantes de sindicatos, cooperativas, conselhos comunitários e outras entidades representativas também estavam presentes.
A última palestra da manhã foi com o padre Alísio,que falou sobre o projeto que prevê a instalação da Indústria de Fosfatados Catarinense – IFC, em Anitápolis. Mostrando dados técnicos colhidos com especialistas e entidades que se manifestaram durante audiências públicas ocorridas na região sobre a IFC, padre Aloísio manisfestou-se veementemente contrário à instalação a indústria na região, mostrando os aspectos maléficos não só para a produção orgânica. "Estamos falando de vida, de nascentes, de matas, de peixes, de algas e da própria sobrevivência das pessoas", disse o padre.
Dança e almoço
O seminário aconteceu no salão paroquial da cidade. No final dos trabalhos da manhã os convidad9os assistiram a apresentação artísticas do grupo de danças do município. Também no mesmo ambiente foi servido almoço colonial composto integralmente por produtos agroecológicos.
Na parte da tarde, Moacir Roberto Darolt, do Iapar – Instituto de Agricultura Paranaense falou sobre potenciais e desafios da conversão a sistemas de produção baseados na agroecologia, mais um importantes processo da cadeia de produção de orgânicos.
Ao final houve trabalhos de grupo e plenária para discussão coletiva das propostas.
Assessoria de Imprensa – PMSRL