Nos meses de novembro, outubro e setembro acontece uma invasão maior de estudantes no centro histórico de Laguna. O período coincide com o cronograma das aulas de história nos colégios, onde o assunto principal é a República Juliana e a Revolução Farroupilha. 

Foi o que vieram conferir de perto, os alunos da Escola de Educação Básica Governador Ivo Silveira, de Brusque. Os 40 estudantes percorreram os museus em busca dos fatos que aprenderam nos bancos escolares. “Adorei, conhecer de perto a terra da Anita Garibaldi”, disse Gilvania Ghizzi, 11 anos. 

Depois de quatro horas de viagem chegaram na cidade em busca de informação. Tudo monitorado pelas professoras. Na frente do pelotão, o guia Anselmo Joaquim, o Poliba, com o dom de arrancar gargalhadas do público ao explicar os fatos corriqueiros da cidade na época da revolução. Nos meses da primavera, várias excursões são vistas diariamente. “No museu, os meninos querem saber sobre a guerra. Já as meninas se encantam pela história de amor de Anita e Giuseppe”, explica o guia. 

Um dos monitores do museu, Rômulo de Souza, explica que os professores são os maiores incentivadores em enaltecer a história. “Eles pedem para os alunos anotarem tudo, bater fotos e diz que vai cair na prova”, disse ele. 

A educadora Andréia Torres, há 10 anos, leciona história na rede pública e todo os anos promove viagem de estudo com os alunos para Laguna. “Ensinar os estudantes, no lugar onde tudo aconteceu é motivador para nós e para eles”, conta. 

Museu Histórico Anita Garibaldi

Horário : Domingo a domingo sem fechar ao meio dia – das 9h às 17h.

Entrada: R$ 5,00 

Informações e agendamento de visitas, Fundação Lagunense de Cultura, telefone (48) 3646-2542 ou cultura.laguna@gmail.com.

A construção do Paço do Conselho foi iniciada em 1735. Terminada no segundo quartel do século XVIII, seu alicerce é feito de areia, barro, pedras e óleo de baleia. É dos monumentos mais velhos do sul do Brasil. Conhecido como Edifício de Câmara e Cadeia, abrigava no piso superior a Câmara de Vereadores e no térreo, o corpo da Guarda Municipal. Foi na Câmara que se proclamou a República Catharinense Livre e Independente (1839), que pretendia tornar Laguna, livre do Brasil Imperío, com pretendia Rio Grande do Sul, com a Revolução Farroupilha.

O Museu Anita Garibaldi encontra-se nesta edificação desde 31 de julho de 1949. Trata-se de um museu composto por um acervo eclético, destacando-se peças de alto valor arqueólogo encontradas nos sambaquis da região, entre outras, relacionadas à formação sócio-cultural lagunense, destacamos ainda os objetos pertencentes ao ilustre lagunense Jerônimo Francisco Coelho, o acervo discográfico e a gaita de Pedro Raymundo.

Museu Casa de Anita 

Horário: Domingo a domingo sem fechar ao meio dia – 9h às 17h

Valor da entrada: R$ 2,50

Foi nessa casa que Anita Garibaldi vestiu-se para o seu primeiro casamento, com o sapateiro Manoel Duarte de Aguiar, em 1835. Foi construída em 1711 e, atualmente, funciona como museu, com um acervo que lembra a trajetória de Anita e seu romance com Giuseppe Garibaldi. Guarda, além de móveis da época e utensílios pessoais, uma urna com a terra da sepultura da heroína e o mastro do navio “Seival”, uma das embarcações transportadas por Giuseppe Garibaldi desde o interior do Rio Grande do Sul tomada de Laguna. A edificação foi restaurada na década de 1970 e transformada em relicário histórico.

Anita Garibaldi

Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi, nasceu em 30 de agosto de 1821, em Morrinhos do Mirim, então município de Laguna/SC, filha de Bento Ribeiro da Silva e Maria Antônia de Jesus Antunes. 

De origem simples, casou-se pela primeira vez, em 1835, com o sapateiro Manoel Duarte de Aguiar. Com o surgimento, no Rio Grande do Sul, do movimento dos farrapos contra a monarquia, Manoel aliou-se às forças imperiais e seguiu com o exército abandonando sua esposa. 

Ocorre em 1836 a Proclamação da República Rio Grandense, a necessidade de um porto marítimo motiva a tomada da Vila de Laguna. 

No dia 22 de julho de 1839, as forças farroupilhas, com a ajuda de Giuseppe Garibaldi (1807 – 1882), político e militar revolucionário italiano, tomaram a Vila e proclamaram a Rebública Juliana. 

Aos 18 anos, Ana Maria conhece o italiano Giuseppe, se apaixonam. Garibaldi começa a chamar Aninha de Anita, diminutivo de Ana em italiano. 

Nascia naquele momento a heroína Ítalo-Brasileira, que ao lado do italiano começa a guerrear. Já no combate de Curitibanos em 15 de novembro de 1839, precisa fugir atravessando a nado o Rio Canoas. 

Em 16 de setembro de 1940, Anita tem seu primeiro filho com Garibaldi, vindo a regularizarem sua situação somente em 26 de março de 1842, quando casaram-se no Uruguai. 

Posteriormente, Anita já com três filhos, vai para a Itália onde luta ao lado do marido pela Unificação e Libertação da Itália, frente aos seus inimigos austríacos. Com a derrota foram obrigados a se retirarem em barcos de pesca. Alguns caíram em poder dos austríacos, porém o que conduzia o casal Garibaldi encalhou numa praia. Anita e Giuseppe, com alguns companheiros, abrigaram-se numa propriedade rural nas proximidades de Ravenna. Anita grávida, com seu estado de saúde precário, veio a falecer, por volta das 20h, 4 de agosto de 1849, antes dos trinta anos de idade. Em sua memória foram erguidos monumentos em Roma, Ravenna, Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis, Laguna e Tubarão.

 

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Secretaria de Comunicação Social do Governo Municipal de Laguna