You are currently viewing Homicídio é a principal causa da morte dos jovens brasileiros

A violência é um problema que afeta diariamente milhares de brasileiros. Para a parcela de jovens, o problema toma proporções de tragédia. Segundo dados do Mapa da Violência 2015, as mortes por causas naturais diminuíram significativamente desde a década de 1980. Na contramão, houve uma disparada no número de mortes por homicídios.

Durante relato à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Assassinato de Jovens, o autor do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, trouxe dados importantes sobre a questão. Ele informou que, em junho de 2013, 46% do total das mortes de jovens de 16 e 17 foi por homicídio. O número de assassinatos passou de 1.825, em 1980, para 10.520, em 2013.

Jacobo também destacou que, para cada jovem que morre assassinado na Áustria, morrem 250 no Brasil. De acordo com ele, o perfil dos adolescentes mortos envolve aqueles mais pobres, moradores das periferias e com baixa escolaridade. No que diz respeito à raça, morrem três vezes mais negros que brancos.

Vítimas
A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno Nunes, confirmou essas informações durante os debates à CPI. As vítimas preferenciais têm cor, gênero, idade e território definidos. Negros, jovens, do sexo masculino e moradores do Nordeste são a parcela da população com o maior índice de vulnerabilidade à violência, associado a outros indicadores de risco como pobreza, desigualdade e frequência à escola.

A Paraíba é o Estado que apresenta o maior índice de violência contra os jovens negros. Por lá, os assassinatos de jovens negros são 13 vezes mais altos que de jovens brancos. Em seguida, vêm Alagoas e Pernambuco.

O elo mais fraco
Presidente da CPI, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) acredita que o jovem é o elo mais fraco na cadeia da violência. “Pesquisas de diversas instituições dão o diagnóstico de que o maior número de mortes violentas no país se dá na população masculina entre 16 e 28 anos, portanto, entre os jovens. E em números assustadores, números de uma verdadeira guerra”, argumentou.
Na visão da senadora, a matança de jovens é um paradoxo que ocorre justamente no momento em que eles se preparam para oferecer sua mão de obra ao país em retorno dos investimentos recebidos em saúde e educação.

A próxima audiência interativa da CPI será realizada no Recife (PE), na sexta-feira, 11 de setembro.

 

Álvaro Dalmagro – Assessoria de Comunicação da AMUREL

Fonte: Agência CNM, com informações da Agência Senado