O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, do Complexo Lagunar e Bacias Contíguas esteve reunido com o prefeito de Imbituba, Rosenvaldo da Silva Júnior, para tratar sobre o aparecimento de floração de algas e massas gelatinosas na água da Lagoa do Mirim. No encontro, o órgão colegiado sugeriu um Plano de Monitoramento da lagoa aos órgãos competentes para auxiliar na identificação destes materiais e sua periodicidade.
A aparição foi percebida entre os meses de março e abril deste ano, por meio da população. Na época, a Gerência Regional do IMA, com sede em Tubarão, e a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) de Imbituba, juntamente com a Polícia Militar Ambiental de Laguna, realizaram vistoria com embarcação para coleta de água e resíduos nas coordenadas geográficas indicadas na Defesa Civil de Imbituba na Lagoa do Mirim. No mês de julho, as aparições voltaram a ser identificadas nos mesmos locais. As substâncias colhidas pelos órgãos e pela população foram encaminhadas para análises daUDESC/CERES e IFSC Campus de Itajaí.
Nas substâncias colhidas, foram identificadas colônias de microalgas presentes em grande quantidade nas amostras de água e sólido analisadas. As amostras onde visualmente ocorria esta proliferação apresentavam parâmetros ambientais alterados, com indicativo de poluição orgânica, inclusive coliformes termotolerantes.
Durante a reunião, os agentes fiscais do IMA, Fabian Gualda Dias e Bruno de Souza Sodré, membro do Comitê, apresentaram os resultados do relatório feito pelo instituto. O secretário executivo do Comitê, Rafael Marques, apresentou um resumo dos resultados de análises feitas por várias entidades (UDESC/CIDASC/SEMA), descritos em relatório emitidos pelo IMA, caracterizando contaminação. Além disso, apresentou imagens de satélite da região do entorno da localidade de Mirim em Imbituba, ilustrando corpos hídricos que deságuam na lagoa, próximo aos pontos de coleta das amostras, e que podem estar recebendo carga contaminante em função do Uso e Ocupação do solo (território).
Do Departamento Regional da CIDASC em Tubarão, o médico veterinário Henrique da Silva Corrêa apresentou sobre o trabalho da Divisão de Fiscalização de Insumos Agrícolas, na parte de agrotóxicos. Outros debates também ocorreram sobre as possíveis fontes de contaminação e contribuição do estágio atual da lagoa.
O presidente do Comitê, Woimer José Back, destacou que o a entidade irá continuar monitorando o andamento dos estudos junto à cada entidade responsável. “Reunimos um público altamente qualificado e foi muito produtiva a reunião, porque chamamos a atenção e buscarmos solução para o tema. Como encaminhamento, o Comitê irá sugerir um Plano de Monitoramento da lagoa aos órgãos competentes para auxiliar na identificação e quantificação dos pontos de coleta da água e a sua periodicidade, realizando o acompanhamento e a cobrança pela execução das ações”, enfatiza.
A elaboração de um Plano de Monitoramento, que será apresentado ao grupo, e definido. Através de uma Emenda parlamentar do Dep. Federal Pedro Uczai encaminhada à P.M. de Imbituba é que será possível a contratação dos trabalhos de coleta/análise em pontos do Complexo Lagunar. Tal fato servirá para um diagnóstico parcial das águas do Complexo Lagunar, que junto com outros Estudos preexistentes, servirão de balizamento para ações de efetivas para minimizar os danos ambientais/sociais e econômicos no Complexo.
Do Comitê, também estiveram presentes o vice-presidente e colaborador da Amurel, Patrício Fileti; o coordenador da Câmara Técnica de Agricultura, Maicon dos Reis Soares; Dionísio Bressan Lemos, da COPAGRO; o secretário de Meio Ambiente de Imbituba, Alisson Pinho Gonçalves; o chefe de gabinete da prefeitura de Imbituba, Gabriel Santana; o assessor do deputado Pedro Uczai, Jackson Goulart Pereira; e demais representantes da SEMA de Imbituba; Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) de Imbituba e Laguna, ARIVALE, Defesa Civil de Imbituba e Regional, Secretaria de Pesca e Agricultura (Sepagri), Fundação Lagunense de Meio Ambiente (FLAMA), CIDASC regional e estadual; EPAGRI de Florianópolis, Imbituba e Imaruí; Polícia Militar Ambiental de Laguna; professor e pesquisador Mathias Alberto Schramm, do IFSC Itajaí, consultor e biólogo de Imbituba e representante da Comunidade do Mirim. Também, a assessora técnica do ProFor Águas Unesc, que presta suporte técnico ao Comitê Tubarão e Complexo Lagunar, Mhaiandry Benedetti Rodrigues Mathias.