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2 de novembro de 2009 | N° 8611

EDITORIAIS

Navios e educação

O Brasil ocupa hoje a sexta posição no ranking da indústria naval mundial, segundo dados da Marinha Mercante, em razão de estarem em construção mais de 80 navios só em 2009. Os números deverão ganhar forte impulso nos próximos anos, embalados pelas descobertas de áreas petrolíferas de pré-sal. Bom que se compreenda que este riquíssimo filão não se resume às atividades ligadas ao petróleo. Primeiro, porque 98% de todo o comércio mundial é feito por transporte marítimo; em segundo lugar, porque boa parte dos países exportadores se vê obrigada a alugar embarcações, aliás, também uma característica do comércio internacional brasileiro. E, em terceiro, porque o Brasil dispõe de mais de 8 mil quilômetros de litoral e mais dezenas de milhares de quilômetros de rios navegáveis e a navegação de cabotagem tem um imenso potencial de crescimento. A indústria naval, portanto, tem motivos de sobra para estar otimista. Santa Catarina, que detém o terceiro maior polo de geração de empregos no setor em todo o país, está entre as unidades da federação que mais podem se beneficiar com este boom.

Dois grandes investimentos em estaleiros podem ancorar no litoral catarinense. Um em Biguaçu, na Grande Florianópolis, e outro em Imbituba. No primeiro, investimentos de US$ 1 bilhão e criação de cerca de 4 mil postos de trabalho. No segundo, investimentos de US$ 1,2 bilhão e uns 5 mil empregos. O litoral recortado, com diversas baías e enseadas, a posição geográfica estratégica em relação aos grandes centros do país, o alto nível de industrialização do Estado e um contingente expressivo de mão de obra especializada são fatores que tornam Santa Catarina atraente para a indústria naval de grande porte. Mas é preciso antecipar-se aos fatos, preparar-se para aproveitar da melhor forma possível as oportunidades que se abrirão. Por isso a necessidade de investimentos massivos e contínuos no aperfeiçoamento profissional.

Que se tome como exemplo um país cujo território é quase do mesmo tamanho que o de Santa Catarina: a Coreia do Sul desenvolveu nas últimas décadas um parque naval de primeira linha, e seu sucesso não se restringiu aos investimentos bilionários em infraestrutura. Seu maior trunfo foi educar e preparar profissionalmente a população. É o que Santa Catarina precisa fazer, o quanto antes.
Nota do editor da Assessoria de Comunicação da AMUREL:
Vale destacar que o prefeito Beto Martins tem sido o principal incentivador e articulador do desenvolvimento portuário de Imbituba ao lado da Cia Docas e da Santos Brasil, grupo que arrendou o Terminal de Containeres e pretende fazer investimentos da ordem de R$ 1 bilhão nos próximos 5 anos na cidade (uma das fotos, inclusive, mostra o prefeito ao lado dos representantes da Santos Brasil e Cia Docas quando do leilão do TECON Imbituba). Trazer para Imbituba um Estaleiro passou a ser agora o grande sonho do prefeito e das demais autoridades do sistema portuário. Vamos torcer para que tudo dê certo.