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 ALESC

28/03/2011 – 18h02min


Morosidade na conclusão da BR-101 Sul é tema de audiência pública na Assembleia


A pedido da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano, presidida pelo deputado Valmir Comin (PP), foi realizada na manhã desta segunda-feira (28) audiência pública para discutir a morosidade nas obras de duplicação da BR-101, trecho sul. No evento, que reuniu parlamentares estaduais e federais, secretários de Estado, além de representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Ministério Público, entidades de classe e de organizações empresariais, foram tratados ainda a falta de definições quanto ao projeto de duplicação da BR-470 e a construção do rodoanel da Grande Florianópolis. Entre os encaminhamentos firmados, está a realização de uma nova reunião em Brasília, no próximo dia 12 de abril, que incluirá o ministro dos Transportes. Ficou definida ainda a realização de uma audiência no Palácio Barriga Verde com representantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama/SC) para discutir as licenças ambientais para a realização do rodoanel.


Conforme estudo realizado a pedido da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) a conclusão das obras de duplicação da BR 101, já várias vezes postergada, não estará pronta antes de 2015. "Verificamos várias coisas difíceis de aceitar. Se não forem tomadas providências imediatas, continuaremos com as vias estranguladas ainda por muito tempo", disse o responsável pelo levantamento, o engenheiro civil Ricardo Saporiti. Ele acrescentou ainda que os atrasos estão diretamente relacionados com problemas de gestão e que a previsão para 2015 é otimista.


Sobre o contorno viário da Grande Florianópolis, o engenheiro afirmou que o projeto ficou pronto juntamente com o projeto do contorno de Curitiba, que já foi realizado, enquanto o catarinense ainda está longe de sair do papel. Mais que isso, teve o trajeto encurtado. Inicialmente previsto para ter 47,33 km, foi remodelado para 33,9 km. "A Autopista Litoral Sul arrecada mais em território catarinense, onde possui quatro das suas cinco praças de pedágio. Não sabemos o motivo pelo qual o investimento foi feito somente no Paraná", questionou.


O presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, defendeu que, se persistirem os atrasos, os parlamentares catarinenses busquem, junto ao governo federal, a troca dos gestores do DNIT. "As empresas não cumprem o acordado e os responsáveis não cobram a execução". O dirigente cobrou comprometimento da classe política estadual para que os prazos sejam cumpridos. "Essa casa vai ser a protagonista do sucesso ou do insucesso dessas obras, pois o apoio da sociedade já há".


O presidente do Legislativo catarinense, deputado Gelson Merísio (DEM), afirmou que o estado está na iminência de passar por um estrangulamento econômico, por falta de logística para o escoamento da sua produção e que as soluções só serão encontradas através da mobilização das classe política e empresarial. "Precisamos dotar o estado das condições necessárias para que continue crescendo. A sociedade, às vezes, fica adormecida pela falta de mobilização de suas lideranças e este é o momento de despertar das autoridades", disse.


Citando os trechos da BR-101 entre Tubarão-Laguna e Araranguá-Sombrio (lotes 26 e 29, respectivamente), o deputado Manoel Mota (PMDB) mostrou-se preocupado com a falta de punição às constantes protelações das empresas responsáveis pelas obras. "Estivemos tantas vezes em Brasília e, apesar da palavra empenhada, as coisas não acontecem. As empresas não cumprem os prazos e não são punidas".


Representante parlamentar do sul do estado, o deputado José Nei Ascari (DEM) ressaltou que o desenvolvimento da região depende de vários fatores, mas que também está atrelado diretamente à duplicação da via. "Este é um debate histórico para o desfecho dessa obra vital para o sul. O Parlamento não tem força para realizar, mas pode cobrar as iniciativas", disse.


Na mesma linha, a deputada Angela Albino (PCdoB) acrescentou ser tarefa dos parlamentares debruçarem-se sobre os gargalos existentes na infraestrutura de Santa Catarina, como a realização do anel viário em torno da Grande Florianópolis, obra constante no contrato firmado entre a Autopista Litoral Sul e o governo federal. "Não há solução para a mobilidade urbana de Florianópolis que não inclua a construção dessa alça viária. O setor produtivo paga um preço alto pela não construção deste pequeno trecho, que é um dos maiores corredores da produção catarinense".
Outro grande entrave ao desenvolvimento do estado, citou o deputado Jean Kuhlmann (DEM), é a situação precária em que se encontra a BR-470, que somente em 2010 causou a morte de mais de 100 pessoas. "Não adianta o estado apresentar uma infraestrutura portuária invejável se não há a contrapartida na melhoria das vias rodoviárias para poder escoar a produção". Santa Catarina, frisou ainda o parlamentar, vem sendo discriminada na distribuição das verbas federais, pois é o 7º estado que mais arrecada impostos para o governo federal, mas apenas em 14º lugar quando se trata de retorno em investimentos.


Futura titular da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, a deputada Ada Faraco de Luca (PMDB) pôs em questão os índices utilizados pela concessionária da BR-101 no reajuste dos valores pagos nas praças de pedágio, que passou recentemente de R$ 1,20 para R$ 1,40. "Quero questionar a empresa sobre esses aumentos. Qual a justificativa para um aumento desses?", disse.


O deputado Moacir Sopelsa (PMDB) acrescentou ser insustentável a situação atual, em que a instalação de praças de pedágio se dá em rodovias ainda não concluídas. "Se quisermos continuar como o 5º estado em produção de alimentos, precisamos melhorar nossa logística de transporte, que passa pela resolução desses problemas".
O senador Paulo Bauer (PSDB) manifestou sua estranheza pela interrupção dos projetos de duplicação da BR 280, obra cujo edital já havia sido lançado, mas que encontra-se atualmente suspensa. "O edital foi lançado três dias antes da eleição presidencial, o que já é um deboche. Passaram-se já cinco meses e foi suspenso. Curiosamente, alegando revisão de considerações técnicas".


Os deputados federais Jorginho Mello (PSDB) e Ronaldo Benedet (PMDB) conclamaram os parlamentares catarinenses a atuarem de forma organizada e em consonância com a bancada federal para que se consigam alcançar os objetivos mais rapidamente."Todos nós estamos assustados com o trânsito na BR-101 e no entorno de Florianópolis, mas precisamos buscar uma política de resultados", ressaltou Jorginho. "Devemos ter atitude, saber o que falta, o que precisa e cobrar para que essa obra saia", acrescentou Benedet.


Presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, o deputado federal Edson Bez (PMDB) afirmou que as audiências públicas são um importante instrumento para que a classe política possa ouvir todos os segmentos da sociedade e, assim, preparar os melhores encaminhamentos. O parlamentar adiantou que a bancada catarinense terá uma reunião com ministro dos transportes no próximo dia 12 de abril, em Brasília, que incluirá o ministro dos Transportes, representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e das empreiteiras responsáveis pelas obras. "Vamos receber o cronograma de obras do DNIT dividido por trechos. Vamos propor ao Executivo federal que trate as datas de conclusão como decisão de governo, para, em caso de descumprimento, irmos diretamente à presidente Dilma", disse.

Ausência do DNIT

A ausência de representantes do DNIT foi destacada por grande parte dos integrantes da audiência pública, que criticaram o órgão em seus pronunciamentos.
"Não há justificativa para a falta de representantes do DNIT, o que me suscita dúvidas sobre a disposição do órgão em resolver os problemas", disse Angela Albino.
"Lamentável que o órgão responsável perca uma oportunidade como esta para discorrer sobre as obras que a sociedade tanto clama", disse Valdir Comin.
"Sem a presença do DNIT, infelizmente ficamos sem informações que trariam mais profundidade ao debate", lamentou Jean Kuhlmann.
"O DNIT não comparece a evento nenhum porque tem medo de ser questionado, pois faltam-lhe informações", finalizou Alcantaro Corrêa. (Alexandre Back)

 

 

Jornal Diário Catarinense  Geral 29/03/11

Políticos e entidades fecham cerco ao Dnit

Audiência pública levanta pontos a serem questionados em reunião no Ministério dos Transportes

Parlamentares catarinenses e entidades civis se preparam para pressionar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a concluir a duplicação do trecho Sul da BR-101. Os entraves da obra foram debatidos ontem em audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Os questionamentos serão levados a uma reunião no dia 12 de abril, em Brasília, na qual o Dnit apresentará o cronograma final ao Ministério dos Transportes e ao Fórum Parlamentar Catarinense.

A preocupação é com o risco de a duplicação não ficar pronta até o fim do ano. Outro receio é de que as obras de arte – nome técnico de túneis e pontes – ultrapassem o prazo de 2014.

Como as empreiteiras contratadas também são responsabilizadas pelos atrasos, pela primeira vez elas foram convocadas para dar suas justificativas perante o ministério, também no dia 12.

O deputado estadual José Nei Alberton Ascari (DEM), um dos que solicitaram a audiência, diz que não se admite mais indefinição nos gargalos. Uma comissão para acompanhar as obras de duplicação da BR-101, a principal rodovia federal de Santa Catarina, deve ser instalada até a próxima semana na Assembleia.

Dnit não aparece, mas garante cumprimento do cronograma

O presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, deputado federal Edinho Bez (PMDB), levará os questionamentos da audiência para a reunião em Brasília. ONGs, como a Via Sul, de Tubarão, também participaram do encontro de ontem. O Dnit foi convidado, mas não compareceu.

O superintendente do órgão, João José dos Santos, justificou a sua falta ao debate por não estar autorizado a passar os detalhes do cronograma antes da reunião com o ministério. Mas só garantiu o cumprimento parcial do cronograma:

– Grande parte da duplicação da BR-101 deve ser terminada este ano. Mas não dá para garantir que as obras de arte ficarão prontas em 2014.


Alguns dos pontos que serão cobrados do Dnit, na reunião de 12 de abril, em Brasília

l As duas empresas que disputavam a licitação do túnel do Morro do Formigão, em Tubarão, foram descartadas. Isso deve atrasar o início das obras, pois poderá ser dado prazo para apresentar novos documentos ou para nova licitação.

l Morro dos Cavalos – O processo de licitação nem foi iniciado. Serão necessários mais dois anos e meio para a execução após o início.

l Lote 25 (Capivari de Baixo-Laguna) – Também é considerado problemático, já que ficou três anos parado devido a problemas financeiros da empreiteira Blokos. As outras empresas do consórcio, a Araguaia e a Emparsanco, passaram a tocar a obra sozinhas. Há risco de ser entregue só no próximo ano.

l Lote 26 – Os serviços de alargamento e reforço da antiga ponte sobre o Rio Tubarão ainda não foram licitados. Não existe nem projeto.

l Lote 29 (Araranguá-Sombrio) – A terceira empresa contratada assumiu no final de 2010. Ela terá que finalizar o contorno de Araranguá com duas pontes e um elevado.

l Lote 22 (Palhoça) – Os viadutos a serem construídos nos bairros Furadinho e Enseada do Brito ainda estão no início.

 

João José dos Santos

Superintendente do Dnit


"Grande parte da duplicação deve ficar pronta este ano. Mas não dá para garantir que as obras de arte (pontes, túneis, etc) estarão terminadasem 2014."

roberta.kremer@diario.com.br ROBERTA KREMER (DC)

 

 

Jornal DIáRIO DO SUL

Terça-Feira 29/03/2011 às 06:00
Dnit não comparece à audiência da BR-101 na Capital

Amanda Menger

geral@diariodosul.com.br

 

FLORIANÓPOLIS – Com a justificativa de já estar marcada uma reunião com o ministro dos Transportes, para 12 de abril, para tratar do cronograma das obras de duplicação da BR-101, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), João José dos Santos, não compareceu à audiência pública sobre as obras da BR-101, em Florianópolis. O encontro reuniu deputados estaduais, federais e lideranças políticas e empresariais na Assembleia Legislativa. A audiência foi convocada pela Comissão de Transportes da Alesc a pedido do deputado José Nei Ascari (DEM). 
Apesar da justificativa, a ausência do superintendente e de qualquer outro representante do Dnit foi vista pelos participantes da audiência como descaso pelo órgão contratante das obras. “Mais uma vez mostra o pouco caso que o Dnit tem com esta obra. O que nos passa e o presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, foi veemente neste ponto: a BR-101 não anda por má gestão dos órgãos fiscalizadores. Vemos isso no trecho entre Capivari de Baixo e Laguna, uma permissividade e/ou omissão de quem deveria cobrar a agilidade e o cumprimento de prazos contratuais”, afirma o presidente da Associação Vias do Sul, Raphael Bianchini. Um grupo de cerca de 30 pessoas de Tubarão, ligadas à associação, participou também da audiência. 
Para o deputado Zé Nei, a ausência foi um desrespeito. “Foi um desrespeito à Alesc e ao povo do Sul catarinense. O objetivo da audiência não era político, nem emparedar ninguém. A intenção é discutir a morosidade das obras e dar espaço ao Dnit para apresentar suas justificativas sobre o atraso”, afirma o deputado.

 

JORNAL NOTISUL  Duplicação da BR-101

Vem aí: os novos prazos

Audiência pública, ontem, na assembleia legislativa, foi um bom debate, mas ficou um vazio por conta da falta de representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes.

29 de Março de 2011 às 02:10min

Ficou acordado que após o anúncio do novo cronograma, no próximo dia 12, serão criadas comissões políticas para acompanhar o andamento das obras dos trechos sul e norte. ComenteImprimir

Zahyra Mattar
Tubarão

Na audiência sobre a duplicação do trecho sul da BR-101, ontem de manhã, na assembleia legislativa, uma certeza: o cronograma definitivo para o término das obras do trecho sul será anunciado no próximo dia 12. Mas ainda fica a dúvida: desta vez, estes prazos serão mesmo cumpridos? E uma certeza: é impossível chegar em dezembro com 100% das pistas duplicadas.

O debate é considerado valoroso. Triste foi ver a região de Tubarão não representada integralmente. Não fosse os integrantes da ONG Vias do Sul, a Cidade Azul seria resumida ao lote 26. Nenhum vereador, gestor público ou líder comunitário compareceu, assim como o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), que não enviou representante.

"Mandaram um ofício mequetrefe e só", confirma o vice-presidente da Vias do Sul, Charles Simões. Apesar do desapontamento de todos, os discursos foram inflamados e uníssonos: é preciso pulso firma para que a obra, iniciada em 2005, efetivamente, termine com brevidade.

As indagações de ontem serão respondidas somente no dia 12, garante o deputado Edinho Bez (PMDB), quando haverá a audiência com os gestores das empresas responsáveis, Dnit. "O que o Ministério (dos Transportes) decidir, interpretaremos como uma decisão de governo. E, se algo sair fora do estipulado, iremos até a presidenta Dilma Rousseff. Chega de tanto esperar", esbravejou Edinho, em tom bastante indignado.

A cobrança por datas definitivas de conclusão não é em vão, mas dificilmente haverá. Até porque somente de pistas a serem duplicadas faltam 58,7 quilômetros. Isto sem contar viadutos, pontes, passagens inferiores, túneis. É obra para mais cinco anos. Isso se não chover!

A sombria previsão de 2015

Entre os encaminhamentos tomados após a audiência pública de ontem, na assembleia legislativa, sobre a duplicação da BR-101, ficou acordado que, após o anúncio do novo cronograma, no próximo dia 12, serão criadas comissões políticas para acompanhar o andamento das obras dos trechos sul e norte. Também será realizado um pedido para suspender a cobrança do pedágio em Palhoça até que sejam concluídas as obras.

Até janeiro, a extensão sul da BR-101 contava com 177,3 quilômetros de pistas duplicadas. Agora, são 179,8 quilômetros, o equivalente a 75,26% das obras prontas. Ainda faltam 58,7 quilômetros para finalizar as obras. Apesar dos números serem razoáveis em análise imediata (desconsiderando os cinco anos de trabalhos), as projeções são sombrias.

Conforme o levantamento feito pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), as obras do trecho sul da BR-101 não ficarão prontas antes do segundo semestre de 2015. O prazo já integra a finalização tanto das etapas em fase de execução, quanto obras ainda não contratadas, caso do túnel no Morro do Formigão, em Tubarão, por exemplo.

Equívoco recorrente

Quando se fala em duplicação da BR-101, boa parte das pessoas compara o trecho sul com o norte. É verdade que a "parte de cima" ficou pronta em apenas dois anos. Mas o que muitos esquecem que foram dois anos somente para duplicar as pistas e perfurar um túnel.

Existem várias obras-de-arte-especiais que ficaram para trás: pontes, viadutos, passarelas. O objetivo era repassar este trabalho para a concessionária do trecho. E isso foi feito: hoje o norte é administrado por uma empresa.

E é isso porque as obras não ocorrem e as pistas já não estão em ‘maravilhoso' estado como se imagina. Os investimentos feitos pela concessionária são desproporcionais à arrecadação realizada nas quatro praças de pedágio de Santa Catarina.