Desde a última reunião, os encontros contam com um palestrante e em Imbituba, o convidado foi Wilen Manteli, presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários ABTP, que palestrou sobre "Porto como fator de desenvolvimento regional".
Manteli alertou que a ampliação do Canal do Panamá trará um impacto no Brasil, com um aumento do movimento nos portos do norte (Itaqui, São Luís e Vila do Conde) demandará investimentos em infraestrutura de acesso terrestre e marítimo. Segundo ele haverá um aumento geral do porte dos navios o que demandará maior calado em todos os portos concentradores de carga, entre outros reflexos.
Manteli destacou ainda algumas conquistas do setor, como a descentralização da gestão portuária, a criação de dois importantes instrumentos: contratos de adesão e de arrendamento, otimização dos terminais (cargas de terceiros), liberdade de contratação com vínculo, tarifas condicionadas à prestação de serviços, redução dos custos em mais de 50% e aumento de mais de 100% na produtividade dos portos, além da revogação da extensa legislação existente.
Sobre a participação dos portos brasileiros na movimentação de cargas Manteli informou que em 2010 os portos movimentaram 833 mil toneladas, 3,8% a mais que em 2009. "Os 131 terminais privativos movimentam 70% de toda a carga", disse. Segundo Manteli, quatro produtos respondem por 75% do volume do comércio exterior brasileiro: petróleo e derivados, minério-de-ferro, complexo da soja e complexo álcool-açucareiro e 95% das cargas exportadas e importadas pelo Brasil são movimentadas por empresas associadas da ABTP.
O especialista em administração portuária fez uma projeção otimista para os próximos anos no Brasil. Segundo ele, os portos movimentarão a partir de 2013 mais de um bilhão de toneladas anuais. No ano passado o PIB brasileiro cresceu 7,5%, e a corrente de comércio (exportações importações) alcançou US$ 383 bilhões, desse total, 79 % (US$ 303 bilhões) passaram pelo sistema portuário. "Imbituba tem um belo Porto, mas a região precisa escolher o que quer dele: se um porto moderno, com gestão da iniciativa privada ou um porto amarrado à burocracia de Brasília".