Apenas seis capitais do país concentravam 25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, uma a mais do que em 2009. Em 2010, a lista era composta por São Paulo – participação de 11,8% no PIB -, Rio de Janeiro (5%), Brasília (4%), Curitiba (1,4%), Belo Horizonte (1,4%) e Manaus (1,3%). Esta última estava ausente no ranking de 2009.
Os dados são do PIB dos Municípios e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 12 de dezembro. Desde 2006, não há alternação nas primeiras posições. Juntas, essas cinco capitais possuíam um peso menor na população (13,7%) do que na economia. A pesquisa do IBGE mostra ainda que metade da economia brasileira se concentra em um grupo de 54 municípios.
Na outra extremidade, 1.325 cidades representavam apenas 1% do PIB do país. Nesta faixa, estavam 75% das cidades do Piauí, 61,4% das da Paraíba e 50,9% das do Rio Grande do Norte, segundo o IBGE.
Nas seis maiores economias municipais, o setor de destaque e de maior peso era do de serviços, exceto em Manaus, onde há um equilíbrio com a indústria graças à zona franca. Esse grupo de cidades praticamente não mudou seu peso relativo. São Paulo, por exemplo, oscilou de 11,9% em 2006 para 11,8% em 2010. No Rio, o porcentual variou mais, de 5,4% para 5%.
Interior
Excluídas as capitais, outras 11 cidades destacaram-se como os mais importantes centros econômicos do país, com peso superior a 0,5%. Entre elas, estavam Guarulhos, Campinas, e Osasco, todas em São Paulo e com cerca de 1% do PIB do país cada uma. Ainda em São Paulo, mas com peso menor, estavam São Bernardo do Campo, Barueri, Santos, São José dos Campos e Jundiaí, com participações de 0,5% a 0,9%.
Fora de São Paulo, estavam apenas Betim (MG), Duque de Caxias e Campos de Goytacazes (ambas no RJ), com pesos de 0,7% a 0,8%
Cristalina ganha destaque
Cristalina (GO) foi o que obteve o maior valor adicionado bruto (VAB) da atividade Agropecuária no país, em 2010, R$ 624,1 milhões, ganhando participação em relação a 2009 e passando do 11.º lugar para o topo da lista. Posição alcançada graças à valorização dos preços dos principais produtos cultivados no Município, especialmente café, trigo, feijão e alho. Em segundo lugar ficou Petrolina (PE), com R$ 620,4 milhões, que foi o maior produtor nacional de uva, goiaba e manga, em valor de produção, no ano. A seguir veio São Desidério (BA), o maior produtor de algodão herbáceo do país, com R$ 559,6 milhões.
Os maiores acréscimos na participação relativa do valor adicionado da agropecuária em relação ao ano anterior foram verificados nos municípios de Petrolina (PE) e Ipameri (GO). Em Petrolina, o aumento da produção de frutas e a valorização da uva levaram o município a ter o maior valor de produção gerado por frutíferas. Em Ipameri, o ganho foi devido aos cultivos de café, cana-de-açúcar, alho e à criação de bovinos. Os maiores decréscimos na participação relativa ocorreram nos municípios mato-grossenses grandes produtores de soja – Sapezal e de Sorriso.
Indústria permanece concentrada
Em 2010, apenas 12 Municípios concentravam aproximadamente 25,0% do valor adicionado bruto da indústria. Esse grupo concentrava 14,8% da população brasileira. Com 65 municípios, chegava-se à metade do VAB da indústria e a 28,6% da população. No mesmo ano, 2.354 Municípios, com os menores VAB industriais, responderam por 1,0% do valor adicionado bruto da indústria e concentravam 8,4% da população. Esse quadro não se diferenciou muito do de 2009. No ranking dos municípios por participação relativa no valor adicionado da indústria, São Paulo (SP) se manteve como o principal polo industrial do país, com 8,2%. O Rio de Janeiro (RJ) veio em segundo lugar, com 2,5%.
As maiores variações positivas em relação ao ano anterior foram verificadas nos municípios de Parauapebas (PA) e de Itabira (MG) e resultaram do aumento da produção de minério de ferro. O crescimento de Joinville (SC) ocorreu em função de novas empresas instaladas. O município possuía indústria diversificada e era conhecido polo metalúrgico e de ferramentaria. A variação na participação relativa do Município de Vitória (ES) deveu-se à recuperação da produção de pelotas de minério de ferro nesse ano, influenciada pela rápida expansão da demanda, a produção alcançou nível recorde.
Valor adicionado
Em 2010, com 40 Municípios, chegava-se aproximadamente à metade do valor adicionado bruto dos serviços e a 28,5% da população. No mesmo ano, pode-se notar que 1.317 Municípios, com os menores VAB dos serviços, que pertenciam à última faixa respondiam por 1,0% do VAB dos serviços e concentravam 2,8% da população. Os dois primeiros Municípios no ranking foram São Paulo e Rio de Janeiro, como nos anos anteriores.
Realizando um corte nos Municípios que representavam pelo menos 0,5% do VAB dos serviços do país, os maiores ganhos de participação em relação a 2009, no VAB dos serviços ocorreram em Recife (PE) e Fortaleza (CE). Recife sempre teve perfil econômico relacionado à atividade serviços. Em 2010, os segmentos de maior destaque foram: comércio, serviços médicos, serviços de informática e de engenharia, consultoria empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao turismo. Fortaleza praticamente não possui zona rural, sendo o setor de serviços o principal ramo de sua economia, notadamente o comércio, o turismo e a prestação de serviços às famílias e às empresas.
Norte e Nordeste
Dos 5.565 Municípios brasileiros, 1.980 (35,6%) tinham mais do que 1/3 da sua economia dependente da Administração, Saúde e Educação públicas e Seguridade Social. Em 2010, o peso do VAB da administração, Saúde e Educação pública e Seguridade Social no PIB do Brasil foi de 13,9%.
Municípios com grande dependência da máquina administrativa na sua economia estavam localizados nas regiões Norte e Nordeste. Três Municípios apresentaram participação da administração pública em relação ao PIB superior a 70,0%, em 2010: Uiramutã (RR), 81,0%; Poço Dantas (PB), 71,4% e Areia de Baraúnas (PB), 70,9%.
Entre as capitais, as que tiveram os menores pesos da administração pública foram Vitória (4,8%), São Paulo (5,8%), Curitiba (7,2%) e Manaus (9,3%) e os maiores foram: Brasília (DF), 48,4%, Macapá (AP) 42,3% e Boa Vista (RR) 40,1%.