Números apresentados pelo IBGE revelam de que forma as riquezas produzidas em Santa Catarina dependem cada vez menos da Capital e superaram, em 2010, a média dos municípios brasileiros e dos estados do Sul.O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios catarinenses em 2010 superou a média entre as cidades do país no ano de ouro para a economia nacional. E o maior destaque no Estado ficou com Joinville, que galgou nove degraus e assumiu a 25ª posição entre as cidades que mais geram riquezas no país.

Há apenas dois anos, o PIB brasileiro cresceu 16,4%, chegando à soma de R$ 3,77 trilhões. Descontada a variação de preços, o chamado PIB real, o crescimento foi de 7,5%, o maior avanço desde 1986. SC conseguiu um desempenho ainda melhor: gerou R$ 152,5 bilhões em riquezas, um aumento nominal (sem descontar a inflação) de 17,5%. Acima da soma dos municípios dos estados vizinhos do Paraná ( 14,4%) e do RS ( 17%).

Os dados apurados pelo IBGE e divulgados ontem também apontam que a riqueza de SC depende cada vez menos de Florianópolis. Segundo o instituto, os estados das regiões Norte e Nordeste são os que mostram maior dependência de suas capitais, enquanto SC é o ente da federação mais autônomo em relação à Florianópolis.

De acordo com o levantamento, 25,2% da população do Estado está concentrada em cinco cidades (Joinville, Itajaí, Florianópolis, Blumenau e Jaraguá do Sul) que, juntas, detêm 37,9% do PIB catarinense. O ranking das 10 cidades mais importantes para a economia catarinense permaneceu o mesmo em relação a 2009, com apenas uma mudança de posição: São José passou a ser o sexto município com a maior contribuição para o PIB estadual.

A grande revelação ficou com Joinville, que somou um PIB de R$ 18,4 bilhões, um crescimento nominal de 38,4% em relação a 2009. Além de Joinville, outras três cidades de SC aparecem no ranking das cem que mais geram riquezas no país (confira os destaques na tabela).

Tendência é de que o interior continue crescendo mais

A vocação portuária de Itajaí garantiu que a cidade permanecesse na segunda colocação do ranking, e Florianópolis aparece na terceira colocação. O economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Robson Gonçalves, pondera que o crescimento menor de Florianópolis mostra que a cidade tende a se focar como um centro administrativo do Estado, enquanto as cidades do interior catarinense expandem suas economias.

– Os polos econômicos mais dinâmicos de SC estão no interior, o que é incomum no Brasil. Observando o Estado, percebe-se que há uma tendência de que a economia continue a crescer de forma interiorizada e muito mais forte em cidades distantes da Capital – diz o especialista.

O total de cidades de SC que teve crescimento entre os dois anos da pesquisa chega a 224, contra 69 municípios que apresentaram resultado negativo – o que significa que 76,4% das 293 cidades constituídas no Estado em 2010 apresentaram melhora. O crescimento mais expressivo foi conquistado por Treviso, no Sul de SC.

– Investimos desde 2005 em infraestrutura viária e no planejamento habitacional. Agora estamos trabalhando na atração de novas empresas. A abertura de uma nova mineradora, a Rio Deserto, entre 2009 e 2010, gerou 150 novos empregos diretos e outros 650 indiretos – explica o secretário de Planejamento de Treviso, Ernany Moreti.


Fonte: Diário Catarinense