Representantes das associações de melipolnicultores de Imbituba, Morro da Fumaça e de Santa Rosa de Lima se reuniram na Associação de Municípios da Região de Laguna – AMUREL nessa terça-feira (9) para tratar dos detalhes de organização de um evento regional com produtores a fim de discutir saídas para um impasse do setor. Os meliponicultores – produtores de mel de abelha sem ferrão – enfrentam uma dificuldade de vender mel advindo destas espécies de abelhas por que pela legislação vigente estas abelhas são consideradas espécies nativas e não podem ser aprisionadas. "Na verdade tem alguns conceitos e interpretações dúbias. O que seria o aprisionamento se as abelhas, na prática, não poderiam viver sem estar livres em seu habitat", questiona o diretor executivo da AMUREL, Celso Heidemann, que participou do encontro e desde o período que foi prefeito, em Santa Rosa de Lima, acompanha e participa da discussão. "Um enxame de abelhas sem ferrão se adapta numa caixa da mesma forma que as africanas e outras espécies com ferrão se adaptaram", garante.


Por causa desse item os produtores não conseguem regular o produto junto aos órgãos governamentais de inspeção e por conseqüência são considerados fora da lei. "Além disso, a resolução 346 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabelece que cada produtor pode ter no máximo 50 caixas com essas abelhas. A produção delas é baixa, logo, com apenas 50 caixas um produtor não consegue sobreviver economicamente", reclama Celso.
A intenção dos produtores é promover uma grande discussão em nível regional, contando com parceiros como Epagri e universidades que queiram aderir à reivindicação. Nessa primeira etapa também serão chamadas autoridades políticas em nível estadual e federal para que passem a defender a reivindicação dos produtores, que passa obrigatoriamente pela mudança na legislação em vigor.