Entre os anos de 2000 e 2012, o número de crianças em situação de trabalho infantil em todo o mundo diminui um terço, caindo de 245,5 milhões para 167,9 milhões ou 10,6% da população infantil. Os avanços, entretanto, não são suficientes para o alcance do objetivo pactuado pela comunidade internacional de eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2016.
Os dados constam do relatório Medir o progresso na Luta contra o Trabalho Infantil, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com base no avanço de 2008 a 2012, a OIT estimou que em 2016 haverá 134 milhões de crianças em trabalho infantil, com 65 milhões em trabalhos perigosos, e em 2020 existirão 107 milhões de crianças trabalhadoras, com 50 milhões em trabalhos perigosos.
Publicado antes da Conferência Global sobre Trabalho Infantil, a ser realizada de 8 a 10 de outubro em Brasília, o documento aponta que boa parte do progresso foi conquistada entre os anos de 2008 e 2012. Nesse período o número global de crianças trabalhando recuou de 215,2 milhões para 167,9 milhões. Dessas crianças, 85,3 milhões encontram-se em atividades perigosas, consideradas aquelas cuja natureza ou tipo tenha ou conduza a efeitos adversos na segurança, saúde e desenvolvimento moral da criança.
A região que registra o maior número absoluto de crianças trabalhadoras é a Ásia-Pacífico – que possui 77,7 milhões de crianças entre o grupo etário de cinco a 17 anos nessa situação. Para o mesmo grupo etário, existem 59 milhões de crianças trabalhadoras na África Subsaariana, 12,5 milhões na América Latina e Caribe e 9,2 milhões no Oriente Médio e Norte da África. A maior preocupação, porém, é com a África Subsaariana, onde mais de uma em cada cinco crianças (21,4%) se encontram em situação de trabalho infantil.
É na agricultura que se encontra o maior número de crianças trabalhadoras: 98,4 milhões em 2012, ou 58,6% do total. Também são significativos os números registrados nos serviços (54 milhões ou 32,3%) e na indústria (12 milhões ou 7,2%), a maior parte dos casos na economia informal.
Brasil
O País é mencionado apenas no que diz respeito a um aumento na importância relativa do trabalho infantil no setor de serviços. Segundo o relatório, parte desse aumento pode ser devido ao fato de que menos crianças trabalhadoras estão na categoria "não definido" em 2012, apontando para um melhor cálculo das crianças no setor de serviços, em especial os da economia informal.
Ações para o progresso
Como ações que impulsionaram a redução dos números, o documento destaca que, apesar de o crescimento econômico ser importante, as opções políticas podem ser ainda mais. A OIT aponta uma série de iniciativas para aprimorar os dados sobre trabalho infantil e como combatê-lo, como o melhoramento das bases de dados estatísticos em nível mundial e regional, respostas específicas para grupo etário e gênero, atenção especial à agricultura e à África Subsaariana e cooperação e parcerias internacionais.
Fonte: CNM