Pesquisa constatou que 97% das prefeituras, dos 75 Municípios sergipanos, suspenderam as atividades administrativas de atendimento ao público nesta sexta-feira, 1º de novembro. Em alguns Municípios, a sede chegou a funcionar, mas diante da força do movimento, os gestores decidiram suspender os trabalhos.
Os prefeitos sergipanos, em forma de protesto pela escassez de recursos federais, definiram o fechamento na segunda-feira, 28 de outubro, com a aprovação de mais de 60 prefeitos presentes na audiência pública promovida pelas Associações dos Municípios da Região do Centro Sul (Amurces), a Associação da Barra do Cotinguiba e Vale do Japaratuba (Ambarco) e da Federação dos Municípios de Sergipe (Fames).
O presidente da Ambarco, Fábio Henrique, avaliou como positiva a mobilização. "Trata-se de um dia que vai entrar para a história política de Sergipe. 97% prefeituras fechadas em protesto contra o descaso do governo federal com os Municípios brasileiros. Os prefeitos de Sergipe deram um exemplo para o País nesse processo de somação de forças e mostraram unidade", ressaltou o gestor.
Por sua vez, o presidente da Amurces, Antônio da Fonseca Dória, disse que o fechamento das prefeituras é a constatação de que os prefeitos estão unidos nessa causa e que não suportam mais o esquecimento do governo federal. "Essa mobilização foi um sucesso. E isso graças ao descaso com os Municípios. Os prefeitos sergipanos foram transformados em mero pagadores de folha. Não sobra nada para investimentos e a ajuda que o governo federal muitas vezes viabiliza é através de empréstimos".
Já o presidente da Fames, Antônio Rodrigues (PSC), destacou que todos os gestores sergipanos que aderiram à paralisação são dignos de aplausos. "Temos sim motivos para comemorar. Essa paralisação de quase todas as prefeituras de Sergipe é a prova maior que estamos unidos e que todos atravessamos dificuldades financeiras. Os prefeitos estão sem condições de manter seus compromissos em dia e alguns já não têm de onde cortar despesas para buscar a adequação".
Pauta
Os prefeitos sergipanos têm na pauta municipalista vários temas como o aumento de 2% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e retirar do cálculo da Lei de Responsabilidade Fiscal as despesas e receitas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Os prefeitos sergipanos também apóiam o piso nacional dos agentes de saúde, desde que haja a contrapartida do governo federal.
Agência CNM, com informações da Amurces, Ambarco e Fames