O cenário atual no trânsito em Municípios brasileiros, principalmente os maiores, é o caos. As políticas públicas que deveriam incentivar transportes alternativos, como as bicicletas, estão no sentido contrário. Um estudo da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas mostra que esse veículo tem imposto médio de 40,5%. Enquanto isso o tributo aplicado na venda de carros é de 32% no Brasil.

O estudo faz um alerta para o preço de comércio das bicicletas em todo o país. Como não recebem incentivos fiscais do governo federal, assim como os carros, por exemplo, elas chegam às lojas com preços bem acima do mercado internacional. Isso faz o Brasil comercializar "uma das bicicletas mais caras do mundo".

Alguns incentivos fiscais existem na Zona Franca de Manaus (ZFM), mas a produção é de apenas 21% do país. A alíquota dos impostos cobrados pela União na fabricação de bicicletas é de 10%. A de carros populares, 3,5%. Ao sair da fábrica, os tributos elevam o preço do veículo em 80,3%, portanto quase metade (44,5%) do valor pago pelo consumidor é de impostos.

Incentivos
Além da questão de mobilidade, o uso das bicicletas como transporte atrai também as pessoas preocupadas com o meio ambiente e a saúde. Afinal, este veículo não polui e ajuda na prática de atividades físicas. O estudo chama atenção para o fato de que não adiantam investimentos em ciclovias e estacionamento de bicicletas se não há incentivo para comprá-las.

A Associação de Ciclistas Urbanos da Cidade de São Paulo afirma que de todas as bicicletas vendidas no Brasil, 50% são destinadas ao transporte. O restante é para lazer e prática de esportes. A responsável pelo estudo, Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, defende a redução de 10% do preço para um aumento de 14% nas vendas. Além disso, a formalização de fábricas informais também pode ocorrer.

Agência CNM, com informações do jornal O Globo