Em déficit. Assim terminou 2006 para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão. O motivo é assustador: os baixos recursos repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos hospitais do país. Junto com o problema, surgem outros cada vez mais difíceis de serem resolvidos. A falta de médicos que queiram trabalhar pelo SUS, por exemplo, é uma das dificuldades encontradas no HNSC.

Segundo a diretora da instituição, irmã Enedina Sacheti, se não fossem os planos de saúde e os atendimentos particulares, o hospital estaria em débito com R$ 5 milhões. Entretanto, mesmo com estas ‘salvações', a dívida chega a R$ 2,3 milhões. O valor é referente ao último ano e a preocupação é que este ano tenha o mesmo fim.

Em reunião com os prefeitos das cidades que fazem parte da Amurel, na última semana, a diretora do hospital pediu ajuda, antes que seja obrigada a fechar as portas da emergência. "O hospital está em uma situação extremamente difícil, principalmente no atendimento a pacientes graves. Queremos nos antecipar para não deixar que algo pior ocorra, pois a tendência é se agravar", admite irmã Enedina.

Dos atendimentos realizados no hospital, aproximadamente 80% são de pacientes através do SUS. Além disso, grande parte das pessoas que procuram atendimento na instituição é proveniente de outras cidades da região, uma vez que o HNSC é referência regional.

"Como há clínicas e hospital que atendem apenas consultas particulares, ficamos mais com o pessoal do SUS. Assim, desequilibra as condições econômico-financeiras do nosso hospital, pois caiu o nosso número de atendimentos particulares", reforça Enedina.

Para se ter uma idéia, o SUS repassa R$ 10,72 ao hospital por paciente em longa permanência, ou seja, aqueles que ultrapassam quatro dias de internação. Dentro deste valor, estão incluídos refeições, curativos, suturas, enfim, tudo o que for necessário ao paciente até a sua saída. "Isso é um absurdo.

A tabela do SUS não é reajustada desde 1995. Estávamos reivindicando um aumento de 57%, mas a tabela continuou a mesma. O hospital tem um prejuízo de R$ 84.712,00 por mês e tudo o que recebe de ajuda é para cobrir as despesas. A situação do SUS está bastante difícil", acrescenta irmã Enedina.

Fonte: Notisul Ed.2023