Com os avanços tecnológicos a produção artesanal de farinha de trigo foi perdendo espaço para a industrialização. A prática, muito comum em décadas passadas, atualmente sobrevive da dedicação das gerações que ainda são estimuladas pelos antecedentes. É o caso dos irmãos Silvério Manoel Francisco e Pedro Manoel Francisco, filhos de Manoel Francisco Bernardo, primeiro dono do engenho em Capivari de Baixo.
Para Silvério, 83 anos, que já tem três bisnetos, a dúvida é se as próximas gerações irão continuar com o empreendimento. "Os tempos são outros e é difícil dizer sobre o futuro do engenho. Meus bisnetos são pequenos ainda", relata. No total, contando com os bisnetos de Silvério, a família está na quinta geração desde o início do engenho, ou seja, em torno de 150 anos de existência do empreendimento.
Na manhã desta quinta-feira, 29, alunos das 2ª e 4ª séries da Escola Municipal de Educação Básica Pequeno Polegar visitaram o engenho. A instituição está localizada a pouco mais de cem metros do moinho, porém, algumas crianças ainda desconheciam o lugar. "A idéia é valorizar o trabalho destas pessoas que resistem aos avanços da tecnologia", relata a professora do segundo ano Jucélia Méier.
Para a educadora da 4ª série, Marilde Sambonin, a visita dos alunos também serve como resgate histórico da comunidade. "Vai chegar o dia em que engenhos farão parte apenas de pesquisas através de livros, por exemplo. Mas estas crianças têm a oportunidade de conhecer a história local de modo ainda vivo" afirma.
Livro – A partir da visita, o objetivo da direção da escola Pequeno Polegar é elaborar um livro que irá contar a história do engenho. "O engenho faz parte da nossa cultura local e precisamos levar ao conhecimento da população o que temos que na nossa comunidade", relata a diretora da escola Jeanne Bisehski. Os alunos já iniciaram os trabalhos de pesquisa e devem concluir em três semanas. Em seguida, a escola buscará apoio para publicar a obra.
Fonte: Assessoria de Imprensa da prefeitura de Capivari de Baixo