You are currently viewing Ativista social MV Bill afirma em palestra proferida em Laguna que a prevenção às drogas é feita de forma errada no país
A melhor maneira de amenizar o acesso às drogas é de forma preventiva, trabalhando tanto o público alvo, como também suas famíliass e ambiente social. Hoje a droga é tratada de forma repressiva, este é o erro", disse o ativista social MV Bill, durante palestra gratuita ministrada para jovens nesta terça-feira, no Centro Cultural Santo Antônio dos Anjos.

Reconhecido pela Unesco como um dos dez mais importantes da última década, MV Bill aproveitou a ocasião para lançar o livro "Falcão Mulheres e o tráfico", um relato real vivido por mulheres e meninas no cotidiano do tráfico de drogas, uma continuação do livro documentário "Falcão Meninos do Tráfico".

Segundo o ativista, as mulheres geralmente vivem nas "periferias do crime", auxiliando os traficantes em pequenos serviços. "Verificamos que é muito grande o abandono dos familiares quando as mulheres são presas. A mulher, seja ela viúva, esposa ou mãe, sofrem até tres vezes mais que os homens nesse mundo do tráfico". Sobre os projetos sociais que desenvolve nas favelas, Bill afirma ser de grande importância o papel dos movimentos sociais como elo de ligação entre a sociedade e o governo.

Sobre a droga que está devastando famílias: o crack, o ativista falou sobre casos reais sofridos pelos dependentes, aconselhou os jovens e afirmou que, ainda, a realidade é que o crack se instala com mais gravidade nas classes mais baixas. A palestra foi promovida pela organização Cufa/Laguna, com apoio da Secretaria de Saúde.


Quem é MV Bill

O músico participou da coletânea Tiro Inicial, que revelou novos talentos do rap brasileiro tais como Gabriel, o Pensador, em 1993. Antes de se decidir pelo rap, Bill chegou a cantar um samba-enredo composto por seu pai na quadra de uma escola de samba carioca. Mais tarde adotou a alcunha de MV (Mensageiro da Verdade).

Bill é um apelido de infância, referência a "Rato Bill", desenho de um rato que vinha em figurinhas de chiclete durante a Copa do Mundo de 82. Com letras marcadas pela denúncia social, lançou em 1998 o disco "CDD Mandando Fechado", relançado um ano depois com o título Traficando Informação. Ficou mais conhecido em 2000, ao estrelar uma campanha publicitária de televisão contra o vandalismo em telefones públicos. Em 2001, ganhou o prêmio de Melhor Videoclipe de Rap por "Soldado do Morro" no Video Music Brasil.  No ano seguinte, lançou o álbum Declaração de Guerra.

Ele é o autor, junto com Celso Athayde, do famoso livro e documentário Falcão – Meninos do Tráfico. O documentário é o mais famoso de sua carreira. Ele conta a história de dezessete meninos envolvidos com o tráfico de drogas e suas vidas em diversas favelas; dos dezessete, apenas um sobreviveu. Este documentário foi apresentando no programa "Fantástico" da Rede Globo de Televisão. O sucesso do livro resultou no álbum Falcão, O Bagulho é Doido, lançado em 2006. Como escritor, é autor também do livro Cabeça de Porco, lançado em 2005 e co-escrito por Celso Athayde e Luiz Eduardo Soares. MV Bill também foi um dos fundadores da Central Única de Favelas, a CUFA, que é responsável por várias atividades sócio-educativas realizadas em várias favelas, entre elas a Liga Brasileira de Basquete de Rua. Em julho do 2007, participou da edição brasileira do Live Earth, realizada na Praia de Copacabana

Fonte: Secretaria de Comunicação Social do Governo Municipal de Laguna