Nesta semana foi realizada a licitação para a conclusão da revitalização foi realizada no Iphan, em Florianópolis, no valor de R$ 4 milhões e 200 mil. Após está fase, o Cine Mussi estará todo revitalizado e reestruturado.
A primeira etapa, orçada em R$ 1 milhão 200 mil, da revitalização do Cine Mussi, construída na década de 50, está sendo concluída. Palavras da arquiteta do escritório do Iphan, Ana Paula Citadin. Nesta etapa um anexo foi reformado e ampliado, com construção de camarins e banheiros. Também está sendo erguido a infraestrutura para geradores e ar condicionado.

Segundo Ana Paula Citadin o contrato com a empresa vencedora deverá ser assinado ainda em dezembro. "A etapa deve iniciar em janeiro", afirmou.

O prefeito Célio Antônio já esteve reunido com o presidente nacional do Iphan, Luiz Fernando Almeida em Brasília. De acordo com o prefeito " já está garantido os recursos para a segunda etapa da obra. Será aplicado até R$ 4 milhões e 200 mil", esclareceu o prefeito.

Os recursos serão provenientes do Pac das Cidades Históricas, pelo Ministério da Cultura, através do Iphan. A restauração geral do edifício, fachada, pintura, painéis internos, escadaria e banheiros está incluída na segunda etapa. A verba prevê a compra de imobiliário, iluminação, reforma do retroprojetor e sistema de ar condicionado.

Segundo a arquiteta Ana Paula Citadin, do escritório do Iphan de Laguna, o palco do Cine Mussi será móvel e parte das poltronas também. "Queremos transformá-lo em um espaço para todo tipo de evento, desde formatura, peças teatrais, cinema, palestra e outros", explica.

Conforme o evento o palco em forma de estruturas é montado, avançado para a frente, no meio, ao lado, os técnicos chamam de palco tipo italiano, arena, elizabetano ou semi-arena.

Primeira etapa está sendo efetuada

De acordo com a arquiteta do Iphan de Laguna, Ana Paula Citadin, esta ação é prioritária, por vislumbrar a melhoria da qualidade de vida da comunidade e principalmente, para aumentar a visibilidade e o envolvimento da população com suas produções culturais, atentando à valorização do patrimônio histórico e cultural da cidade.

Os recurso vieram do Ministério da Cultura, que já investiu na compra do teatro no valor de R$ 800 mil e no projeto de revitalização com R$ 86 mil.


Bancos doados

O Iphan doou grande parte das poltronas para a Udesc. Novos bancos serão implantados conforme os padrões modernos. Outros ficaram no prédio para integrar a parte do acervo do Cine Mussi que será exposto para os visitantes.


Percorrendo o teatro. Cuidados com o dinheiro da bilheteria

Uma volta ao passado é percorrer o Cine Teatro, a imaginação recebe doses de informações sobre as pessoas que passaram por ali. No hall um espelho e escadaria, tons vermelhos e amarelos tornam o espaço mais luxuoso. No chão ladrilhos esverdeados. Os banheiros utensílios da década de 50.

No andar superior, mais espaço para o público. A casa de máquinas, com os retroprojetores estão intactos, porém precisando de manutenção. A estante com os discos da trilha sonora dos filmes faz parte do acervo.

Um cofre é guardado numa saleta quase imperceptível. Era ali, que o dinheiro da venda dos ingressos fica guardado. Uma escada liga a bilheteria até o cofre numa passagem secreta. Uma forma de manter o dinheiro guardado e seguro. Estas e outras histórias do Cine Teatro serão contadas através de um pequeno museu no segundo andar.

A inspiração para a arquitetura do Cine Tetro foi a escola Art Decó. Suas características são a ruptura com o passado e a inspiração no futuro, influenciado pelo cubismo e por outras correntes artística do começo do século XX. Surgiu como estilo produzido, principalmente, por designers para adequar seus produtos à indústria. Ele é o prenúncio do modernismo, tanto inspirou o arquiteto Wolfgang Ludwing Rau em confeccionar o projeto.

O Cine-teatro Mussi carrega em seu nome e em seu espaço físico, inúmeras lembranças. Várias famílias lagunenses formaram-se sob a guarda desta edificação. Incontáveis namoros iniciaram-se na penumbra de suas sessões. Na memória da cidade estão, entre outras coisas, a alegria das histórias de paqueras, o pegar na mão, o barulho de abrir as balas, o gosto de algumas guloseimas típicas já extintas e o cheiro da pipoca que anunciava o fim da sessão.

As sessões de cinema foram extintas na década de 80, cultos, formaturas e apresentações culturais tomaram o espaço. Em 2005, o espaço histórico foi interditado devido aos problemas elétricos.

No ano de 2009, o Ministério da Cultura comprou da família Mussi. Desde então o Iphan vem avançando na preservação do prédio histórico.

 

 

Fonte: Secretaria de Comunicação Social do Governo Municipal de Laguna