Essa etapa de qualificação de professores da educação básica, em exercício do magistério, atende parte dos projetos solicitados por estados e municípios nos planos de ações articuladas (PAR), ação que faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril de 2007. No final de agosto e no início deste mês, o MEC fez duas chamadas para início de cursos, mas para atender todos os pedidos de formação enviados nos planos, o ministério deverá fazer cerca de 20 chamadas até julho de 2009.
Os professores municipais e estaduais farão a formação em cursos semipresenciais que podem ser de aperfeiçoamento, atualização ou extensão, em uma destas áreas: matemática, alfabetização e letramento, linguagem e letramento, ciências humanas e sociais, artes e educação física. O professor terá prioridade para fazer a formação continuada na área em que trabalha. Mas se ele atua, por exemplo, nas séries iniciais e nas séries finais do ensino fundamental ou em mais de uma disciplina, o município ou o estado poderá inscrevê-lo num curso e depois no outro.
Cada universidade integrante da rede tem autonomia para organizar seus cursos, mas eles devem ter carga horária entre 40 horas e 150 horas e combinar educação presencial e a distância. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por exemplo, criou dois cursos para 6.400 professores dos nove estados da região Nordeste. De acordo com Telma Ferraz, que coordena a formação pela UFPE, a universidade oferece os cursos de diversidade pessoal e ensino de linguagem, para professores dos anos iniciais do ensino fundamental; e literatura e produção de textos, para professores dos anos finais do ensino fundamental.
Os 6.400 professores da região Nordeste farão cursos com 100 horas de duração, sendo 64 presenciais e 36 horas a distância. As aulas começam em outubro deste ano e serão encerradas em junho de 2009, com a certificação. Telma explica que os professores farão a formação em seus estados, em espaços e com infra-estrutura oferecidos pela secretaria estadual de educação ou pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), que são parceiros do MEC e da UFPE na formação do PAR. Na avaliação de Telma Ferraz, o número de professores inscritos demonstra o interesse dos municípios em qualificar seus quadros. “É um sucesso”, diz.
Rede — A Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da Educação Básica é formada por 19 instituições de ensino superior públicas, federais e estaduais, e comunitárias sem fins lucrativos, que têm centros de pesquisa e desenvolvimento da educação. O objetivo da rede, criada em 2004, é contribuir para melhorar a formação dos professores da educação básica pública.
Integram a rede, 13 universidades federais: de Minas Gerais (UFMG), Juiz de Fora (UFJF), Espírito Santo (Ufes), Pernambuco (UFPE), Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasília (UnB), Rio Grande do Norte (UFRN), Amazonas (Ufam), Rio de Janeiro (UFRJ), Ceará (UFCE), Bahia (UFBA), Pará (UFPA) e do Paraná (UFPR); três estaduais: de Campinas (Unicamp), Ponta Grossa (UEPG), São Paulo (Unesp); e três comunitárias: Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, PUC de São Paulo e Universidade do Rio dos Sinos (Unisinos), do Rio Grande do Sul.
Fonte: Mec