O município de Santa Rosa de Lima fará um levantamento sobre o uso e a estocagem de sementes crioulas pelos agricultores do município. O objetivo é contribuir para pesquisa realizada pela Universidade Federa de Santa Catarina (UFSC) e incentivar o uso e o aprimoramento de sementes mantidas e aprimoradas pelo homem do campo durante gerações.
Na manhã desta quinta-feira (16), a prefeita Dilcei Heidemann, o secretário de Juventude, Turismo e Cultura, Joel Vandresen e integrantes da equipe de agentes de saúde do município estiveram reunidos com a professora Thaise Guzzatti, do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, que tem participado da pesquisa. Na ocasião, ela uma rápida explanação sobre a semente crioula e sua importância.
“Diferentemente das sementes mais usadas hoje em dia, que são compradas ou adquiridas por programas governamentais, as sementes crioulas são aquelas que são plantadas, colhidas e guardadas pelos agricultores por muitos e muitos anos”, explicou. “Quanto mais antiga, mais crioula é a semente. E o que nós queremos saber é se os agricultores de Santa Rosa de Lima ainda utilizam sementes crioulas, quantas famílias fazem isso e quais as plantas e variedades destas sementes”, completou.
Segundo Thaise, caso seja verificado a existência de quantidade e variedade considerável de sementes crioulas em Santa Rosa de Lima, pesquisadores da UFSC aprofundarão os estudos que têm como meta incentivar a produção e utilização das sementes tradicionais, que tendem ser mais adaptadas ao meio em que são produzidas, necessitando de menor quantidade de defensivos agrícolas. “Acredito que é muito importante para Santa Rosa de Lima a valorização destas sementes, não apenas para a agricultura, mas também o ecoturismo. Pois a cidade é a Capital da Agroecologia e, em breve, os agricultores orgânicos, para obter certificação da sua produção, precisarão também usar sementes de origem orgânica. E a semente crioula pode ser ideal para isso”, ressaltou a professora.
Para realizar o levantamento junto às famílias do município, os agentes de saúde, durante suas atividades de visitação às residências, aplicarão um rápido questionário, para saber se, naquela propriedade é utilizada algum tipo de semente crioula, seja de grãos, hortaliças, frutas, ou até mesmo flores.
“A professora Thaise, que tem toda uma história de valiosa contribuição no desenvolvimento do nosso turismo, solicitou o nosso auxílio no levantamento de informações a respeito das sementes crioulas. Essa pesquisa pode gerar frutos muito importantes para o município, no desenvolvimento do nosso turismo e da nossa agricultura e, com certeza, faremos a nossa parte e vamos ajudar o que for necessário”, garantiu a prefeita Dilcei, ao lembrar que Thaise é co-fundadora da associação de agroturismo Acolhida na Colônia.
André Bianchini – Departamento de Imprensa da Prefeitura de Santa Rosa de Lima