Um grupo de pessoas visitou meliponários (locais de criação e manejo de abelhas meliponas -sem ferrão) em Santa Rosa de Lima na última sexta-feira para conhecer in loco espécies deste inseto, encontrado em grande parte das regiões tropicais do planeta, e que ocupa praticamente toda a América Latina e África, além do sudeste asiático e norte da Austrália. Entretanto, é nas Américas que grande parte das mais de 400 espécies se manifesta de forma mais intensa. Na região, Santa Rosa de Lima é o município que concentra um número mais expressivo de criadores.
A visita do grupo, formado pela bióloga Vanessa Souza, os voluntários Aline Santos e Tadeu Aguiar, os três ligados ao Projeto Educação Ambiental, na Engie Energia, de Capivari de Baixo, cumpre mais uma etapa de uma parceria que deve culminar na implantação de abelhas sem ferrão no terreno onde é desenvolvido o Projeto (antigo Horto Florestal). Também fez parte da comitiva o servidor da Amurel Patrício Fileti, cedido para os trabalhos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, e Celso Heidemann, diretor executivo da Amurel, ex-prefeito de Santa Rosa de Lima, criador de abelhas sem ferrão e guia do grupo nesta visita.
Os locais visitados
O criador Felipe Schmidt, no perímetro urbano de Santa Roa foi o primeiro a ser visitado. O jovem de 25 anos de idade se dedica exclusivamente à apicultura, vendendo enxames e mel de abelhas sem ferrão, e também de abelhas africanizadas, estas últimas, criadas numa área rural de mais de 8 hectares. Os visitantes provaram o mel das 10 espécies que Felipe cria atualmente no quintal de casa, a maioria nativas da região. Também ouviram atentamente a descrição das características básicas das espécies e do mel produzido por cada uma.
O segundo produtor visitado foi Guido Defrein, também na área urbana do município, um dos principais criadores de Santa Catarina. Guido chegou a ter mais de 600 enxames de abelhas sem ferrão, também nos fundos da propriedade da família. Pela experiência e conhecimento que tem da atividade, Guido já foi convidado a dar palestras em outros estados. Na propriedade dele o grupo também provou alguns tipos de mel e ouviu atentamente dicas e informações para o melhor manejo das abelhas. As espécies mostradas foram: Mandaçaia, Bugia ou Uruçú amarela, Mirim, Mirim-Guaçu, Jataí, Manduri, Uruçu, Boca de renda, Tiuba nordestina, Iraí
Por último, o diretor executivo da Amurel Celso Heidemann levou seus convidados até a nova sede da Agreco – Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral, na localidade de Águas Mornas. Lá, foram recebidos por Adilson Lunardi, que explicou o funcionamento da Associação e a importância socioeconômica dela para a região. No mesmo terreno o grupo conheceu as instalações da unidade da Rede Ecoforte – Programa de Ampliação e Fortalecimento das Redes de Agroecologia e Produção Orgânica, em fase de construção.
Os recursos do Ecoforte são oriundos da Fundação Banco do Brasil, do Fundo Amazônia e do Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a unidade abrigará um centro de pesquisa e produção de óleos especiais a partir de produtos da região. O projeto arquitetônico foi elaborado com assessoria técnica da Amurel.
Álvaro Dalmagro – Ascom da Amurel